Conheça a Evergrande e a crise que pode abalar o mundo
A Evergrande é a segunda maior empresa da China. Ela atua principalmente no ramo imobiliário, mas também em outros setores. Podemos destacar nesse sentido o setor de carros elétricos, internet, financeiro e planos de saúde. Recentemente ela anunciou grandes problemas financeiros que podem mexer com a economia mundial.
São raras as empresas que atingem um tamanho tão grande que podem, de verdade, influenciar a economia mundial. A Evergrande, sem sombra de dúvidas, é uma dessas gigantes.
Com o anúncio de sérios problemas financeiros, o mundo inteiro está de olho na resolução e os mercados reagem a cada notícia. Nos últimos dias, por exemplo, as bolsas globais recuaram de forma generalizada e o Ibovespa perdeu mais de 3%.
Veremos neste artigo, portanto, um breve resumo dessa gigante do ramo imobiliário. Ademais, qual seria o motivo da crise e como estão sendo os movimentos de solução até agora.
Evergrande

O grupo Evergrande domina os arranha-céus de várias cidades chinesas. O foco principal da empresa é na construção de torres residenciais e atualmente ela tem em portfólio mais de 1300 projetos em mais de 208 cidades.
Para se ter uma ideia do tamanho da empresa, os cálculos apontam que a Evergrande sozinha responde por 2% do PIB nominal da China. É, dessa forma, a segunda maior empresa do país e tem negócios que vão além do ramo imobiliário.
Foi fundada em 1996 pelo bilionário Xu Jiayin e ajudou a China, desde então, a se tornar a potência mundial que é hoje.
A crise na Evergrande
É comum empresas que atuam no ramo imobiliário terem uma estrutura de endividamento sensível e complexa. Isso acontece para que o dinheiro possa circular de uma forma mais rápida já que os empreendimentos têm longa duração entre empenho de despesas, construção e venda.
No caso da Evergrande, essa estrutura de dívidas é ainda maior e tudo saiu do eixo por causa da pandemia e da retração econômica.
A diminuição da demanda ocasionada pelo desaquecimento momentâneo da economia eclodiu no total colapso do fluxo de caixa e das condições de honrar os compromissos.
A informação é que a empresa não tem como pagar US$ 300 bilhões em dívida. Nos últimos dias os papéis da empresa caíram mais de 80%. Além disso, os títulos privados emitidos por ela estão sendo evitados por todos no mercado.
A solução até agora
Na quarta-feira (22), a Evergrande anunciou que havia se encontrado com credores da sua dívida local em yuan. A resolução, de acordo com o noticiário, é de que a empresa conseguiu postergar o pagamento da dívida local sem que fosse declarado o default (calote).
Já a dívida denominada em dólar venceu na quinta-feira (23), mas ele tem carência de 30 dias para pagamento. O governo Chinês emitiu nota dizendo que a empresa precisaria honrar os compromissos, bem como terminar as obras inacabadas e pagar os investidores do varejo.
O mercado recebeu bem essas notícias. Isso porque apesar da estratégia de solução não ter sido traçada, deu a entender que Pequim não deixará que o caos financeiro se instale. Quer dizer que o Estado está atento aos mercados. Para se ter uma ideia, as ações da Evergrande tiveram avanço de 18% na mesma quinta.
Outros veículos internacionais, principalmente os que são especializados nos mercados asiáticos, afirmam que a empresa será estatizada e dividida. Essa será a solução do governo para o caso da Evergrande. Se esse for o caso, será uma ação sem precedentes e mexerá, com certeza, com o mundo ocidental.
Os mercados estão atentos a todas as movimentações que envolvem a gigante chinesa. Isso sem dúvida é um movimento prudente, já que ela domina 2% do PIB nominal da segunda maior economia do mundo. Além disso, a política nacional para resolver o problema pode ter impactos econômicos e políticos no ocidente.