O futuro da economia com a exploração do ouro espacial 2021
Entre as órbitas de Marte e Júpiter existe um asteroide chamado 16 Psyche. Especuladores ao redor do mundo dizem que ele pode mudar o futuro da economia de uma vez por todas. Isso porque ele é feito de metal e vale quase 10 vezes mais do que o PIB do planeta Terra.
Os cientistas acreditam que o raro asteroide seja o núcleo de um planeta que não terminou de ser formado. Tem aproximadamente 2,41 x 10¹9 kg de ouro espacial, platina, vibranium e outros metais escassos no nosso planeta.
Em 2023, a NASA planeja enviar uma missão não tripulada ao asteroide. Esse evento nutre nossa imaginação e nos fazer questionar: o que mudará com a exploração espacial de ouro e de outros metais raros?
Um Paralelo do ouro espacial com a Expansão Marítima
Nos séculos XIV e XV efervescia nas sociedades européias o desejo de exploração e o rompimento de fronteiras. Haviam acabado de sair de uma grande crise que envolvia a peste, a seca e as guerras. Agora, saudáveis de novo, olhavam para o futuro e buscavam soluções econômicas.
Portugal e Espanha, os países da Península Ibérica, foram os primeiros a olhar para o mar e ver ali uma possibilidade. Iniciava-se assim o período da Expansão Marítima, que resultaria na incorporação das Américas às sociedades Européias, Africanas e Asiáticas.
Mas as Américas não trouxeram aos europeus somente terras, descobriram aqui, alguns anos mais tarde, o ouro abundante. Começaram, então, a explorá-lo.
O que aconteceu com a economia do Ouro
A partir de 1720 a economia Européia saía de uma nova crise graças aos metais das colonias na América. Sobretudo Brasil e México desempenharam um papel fundamental.
O México produzia uma média anual de 165 toneladas de prata entre 1700 e 1759 e incríveis 365 toneladas entre 1760 e 1780. Já o Brasil, na época auge da mineração, produzia em média 15 toneladas de ouro e quase a totalidade era exportada para a Europa.
Esse fluxo de metais preciosos gerou bonança na europa tendo como reflexo o crescimento populacional, o surgimento de novas famílias detentoras de riqueza e a ebulição de ideias.
Em cem anos, a população europeia cresceu 50%. Tivemos a ascensão da burguesia e o iluminismo culminando, finalmente, em 1789 na Revolução Francesa.
Ou seja, o ouro das colônias da América mudou não só a economia do mundo como suas ideias políticas e a história da humanidade.
Mas nem tudo são flores. Todo esse processo culminou em grave crise inflacionária na europa como um todo — de novo, não é atoa que houve a Revolução Francesa. Os preços dos bens agrícolas na França subiram em 56% no final do século XVIII.
Isso aconteceu porque o sistema produtivo não aumentou de acordo com a torrente de metais preciosos que entravam. Resultado do reflexo da acumulação da riqueza nas mãos de poucos.
Como as moedas eram lastreadas em metais precisos, dizer que houve um grande processo inflacionário, é o mesmo que dizer que o preço do ouro caiu acentuadamente, assim como o poder de compra do povo.
E se explorássemos o 16 Psycho
Temos que aprender com a história.
Para que a exploração do asteroide traga somente benefícios há humanidade, não podemos focar no ouro espacial em si, mas na quantidade de empregos que essa atividade geraria.
Certamente uma mineradora de metais preciosos no espaço empregaria um contingente gigantesco de pessoas nos mais variados níveis de formação.
Essa geração de empregos tendo um vista uma atividade com demanda garantida — afinal o ouro é uma commoditie e tem demanda certa dado o preço de mercado — que seria a verdadeira riqueza da atividade.
O ouro em si é mais uma mercadoria e quanto mais abundante for, mais barato se tornará. Mas a queda do preço do ouro não é algo preocupante.
Certamente com a diminuição da escassez desse metal precioso, surgirão novas formas de utilizá-lo. Podemos fazer circuitos, incorporar em processadores ou usar como condutores diversos.
Apesar disso, não podemos cometer os mesmo erros que a Europa no século XVIII. É preciso ter em mente que a concentração de renda gera inflação, isso porque ela trava o desenvolvimento da produção real na economia.
Apesar de tudo, ainda não exploraremos o espaço
Apesar da nossa discussão anterior sobre a exploração do 16 Psyche, tudo indica que essa atividade ainda está longe de ser viável.
Para se ter uma ideia, a sonda que irá até o asteroide vai demorar quase 3 anos para chegar até lá e ainda por cima precisará da ajuda do campo gravitacional de marte, o que é uma manobra arriscada.
Não existe tecnologia para que essa sonda minere o asteroide, que é composto de dezenas de outros metais, e depois volte em segurança para a Terra.
Trazer o 16 Psyche inteiro é ainda mais absurdo e muito perigoso. O asteroide tem 200 km de diâmetro e pesa 2410000000000000 toneladas.
Enfim, seria ótimo se tivessemos mais essa atividade econômica para gerar renda aqui no planeta, mas, infelizmente, ainda não é possível.
5 pontos em resumo Resumo – Exploração de Ouro espacial
- Existe um asteroide chamado 16 Psyche entre as órbitas de Marte e Júpiter. Ele tem o valor de aproximadamente 10 vezes maior do que o PIB da Terra em metais preciosos.
- E se pudéssemos explorar o seu ouro? Para responder essa pergunta fizemos um paralelo com a Expansão Marítima. Descobrimos que o ouro ajudou a europa a sair da crise, aumentou sua população e gerou novas ideias.
- Apesar dissso, a concentração de riqueza nas mãos de poucos e a falta de acompanhamento da produção fez com que um processo inflacionário surgisse. A população se viu mais pobre, isso culminou em revoluções, como a Revolução Francesa.
- Caso exploremos o 16 Psyche, não podemos cometer esse erro. O grande valor não é o ouro espacial, mas sim os empregos dessa nova atividade.
- Infelizmente, ainda não será possível explorar o asteroide, já que não temos tecnologia suficiente para isso.