Moeda Global | Descubra como funcionaria a economia com uma moeda única
A ideia da moeda global foi discutida no encerramento da segunda guerra mundial, em 1944, na conferência de Bretton Woods. Seu defensor, aliás, foi um dos maiores economistas do século XX, John M. Keynes. Apesar disso, a proposta não teve aval das potências mundiais na época e o mundo adotou o dólar como o padrão de referência.
Pode parecer uma ideia de ficção científica uma moeda global que só pode ser usada em transações internacionais. O fato, todavia, é que essa proposta já foi discutida e isso aconteceu em 1994, na conferência de Bretton Woods.
Um dos maiores economistas do século XX, John M. Keynes, propôs, no final da segunda grande guerra, o Bancor, a moeda global. A proposta, entretanto, não teve aprovação das potências mundiais na época. Sendo assim, o dólar foi adotado como padrão de referência internacional.
Hoje em dia a discussão perdura. Os membros do Fórum Econômico Mundial, por exemplo, anunciaram o desejo de criação de uma moeda digital para as transações internacionais.
Dito isso, veremos neste artigo como seria a economia caso usássemos uma moeda global.
FMI e dívidas em divisas
Um dos maiores problemas das economias emergentes é o fato delas terem que lidar não só com a economia doméstica (interna), mas também com a global (exterior).
O Brasil, por exemplo, pode nos esclarecer sobre essa dificuldade. Historicamente, sempre que procuramos desenvolver nossas indústrias, vivemos a fuga de capitais por causa da baixa dos juros.
Com a fuga de capitais, os dólares vão embora na nossa economia e, assim, o câmbio desvaloriza tornando as importações mais caras e travando o processo. Além disso, o preço dos alimentos aumenta, pressionando a inflação e o clamor popular.
Em países sem estoque de dólares, como a Argentina, a situação é ainda mais dramática. Nossos vizinhos entram, constantemente, em posição de não conseguir honrar os compromissos internacionais.
Empréstimos internacionais
Para solucionar esse problema, uma moeda global poderia ter uma câmara de compensação (algo como um banco). Essa câmara, por sua vez, teria condições de fazer empréstimos aos países com problemas de divisas (moeda global).
A diferença desse empréstimo para o hoje praticado pelo FMI é que a moeda global seria usada apenas nas transações internacionais. Isso muda tudo, afinal os países constantemente superavitários não teriam interesse em acumular vultuosos saldos numa conta sem propósito.
Além disso, os países deficitários não precisariam praticar medidas de contenção de gastos sempre que se endividassem. Essas medidas ao longo da história, mostraram-se mais danosas às economias do que benéficas.
Em síntese, as dívidas decorrentes de uma balança comercial desfavorável não entrariam no orçamento. Sendo assim, a forma de lidar com ela seria completamente diferente do que temos hoje.
Câmbio e Banco Central Mundial com moeda global
Para que o sistema de moeda global funcione, é preciso que o câmbio seja fixo, mas ajustável. Ou seja, as nações iriam se reunir e depositar garantias dentro de um acordo pré-estabelecido de câmbio.
Periodicamente essas reuniões deveriam se repetir para que os países ajustem o câmbio. Além disso, em caso de calamidade econômica ou outro evento extremo, reuniões extras deveriam existir.
Regulando e monitorando essa moeda global deveria surgir, também, um Banco Central Mundial. Esse banco teria como função garantir a liquidez internacional e verificar se as políticas nacionais não estão sendo nocivas à economia mundial.
O objetivo do Banco Central Mundial deveria ser garantir o bom funcionamento do comércio mundial. Ademais, ele deveria ter a função de assegurar que as economias domésticas tivessem possibilidade de prosperar.
De tempos em tempos o padrão monetário com base no dólar sofre críticas. A última foi o Fórum Econômico Mundial, que defendeu a criação de uma moeda global mundial. Talvez, portanto, essa realidade mude em breve. Seria, sem dúvidas, uma revolução.