Como funciona o IGP-M? IGPM 2021
O índice IGP-M é produzido mensalmente pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) e tem como principal função balizar os reajustes de contratos imobiliários.
Para exercer essa função, o índice mede a inflação de setores e mercadorias selecionadas na economia. É justamente essa seleção mais arbitrária, focando em pontos diferentes do IPCA, por exemplo, que conferem a ele um sentido diferente.
Veremos neste artigo como funciona o IGP-M. Como a FGV chega até o seu resultado, o período de publicação dos resultados e algumas formas usuais de utilização dele pelo mercado.
Inflação
Antes de começarmos a falar sobre o IGP-M, precisamos voltar rapidamente ao conceito de inflação. Isso porque o índice mede, justamente, a inflação de alguns setores e mercadorias na economia.
A inflação é o aumento generalizado dos preços num determinado período. Seu acompanhamento serve para determinar políticas públicas, fazer reajustes de contratos e calcular a rentabilidade dos investimentos.
Esse aumento generalizado dos preços pode ocorrer por causa de um excesso de demanda ou por causa de mudanças nos custos de produção. Por exemplo: crises no setor de petróleo, secas, depredação de ferrovias ou mudanças no câmbio.
Confecção do IGP-M
Como dissemos na introdução, o IGP-M é um índice de inflação produzido pela Fundação Getúlio Vargas, isso desde 1989. O departamento responsável por sua publicação é o Instituto Brasileiro de Economia (IBRE).
O índice é, na realidade, a média ponderada de três outros índices de preços, são eles: índice de preços ao produtor amplo (IPA-M), índice de preços ao consumidor (IPC-M) e o índice nacional de custo da construção (INCC-M).
Em outras palavras, isso quer dizer que o IGP-M é composto por esses três outros índices, tendo, cada um, um peso diferente, ou seja, uma importância diferente dentro da composição.
O IGP-M é publicado mensalmente, sendo uma dessas publicações a definitiva e outras duas anteriores as publicações prévias. Essas são feitas de 10 em 10 dias. O período estudado varia entre o dia 21 do mês anterior até o dia 20 do mês de referência.
Além da publicação mensal, a FGV disponibiliza o valor agregado em doze meses, o que seria a inflação pelo IGP-M do ano. Esse é chamado de IGP-M Acumulado.
Índice de preços ao produtor amplo – IPA-M
Esse índice é o mais importante dentro do IGP-M, tendo, portanto, um peso de 60%.
Ele representa o valor adicionado pela produção de bens agropecuários e industriais. Isso nas transações comerciais em nível de produtor, atacado.
Dito de outra forma, está estruturado para medir variações médias dos preços recebidos pelos produtores nas vendas.
É um indicador de abrangência nacional, todos os estados são pesquisados.
Índice de preços ao consumidor – IPC-M
Tem peso de 30% no valor do IGP-M. Equivale ao valor adicionado pelo setor varejista e pelos serviços destinados ao consumo das famílias.
Ou seja, mede as variações de preços no período de um conjunto fixo de bens e serviços. Mas, para funcionar, essa cesta de bens e serviços precisa representar bem os hábitos de demanda das famílias brasileiras.
Para a confecção do IPC-M as pesquisas são feitas em sete capitais so Brasil:
- Belo Horizonte
- Brasília
- Porto Alegre
- Recife
- Rio de Janeiro
- Salvador
- São Paulo
Já os bens e serviços pesquisados são distribuídos em oito grupos:
- Alimentação
- Habitação
- Vestuário
- Saúde e Cuidados Pessoais
- Educação, Leitura e Recreação
- Transportes
- Despesas Diversas
- Comunicação
O IPC-M reflete, então, as mudanças no poder aquisitivo da população brasileira.
Índice nacional de custo da construção – INCC-M
O INCC-M tem peso de apenas 10% na composição do IGP-M. Ele equivale ao valor adicionado pela indústria da construção civil.
Seu objetivo, portanto, é acompanhar a evolução dos custos de construções habitacionais.
Também é pesquisado nas sete capitais brasileiras do IPC-M. Tem em sua composição dois grupos de pesquisa: 1- Materiais, equipamentos e serviços; 2 – Mão-de-obra.
Usos do IGP-M
O IGPM é um indicador macroeconômico crucial para o reajuste de contratos, sobretudo de aluguéis, e para a realização de investimentos. Por isso ele é chamado de indexador de contratos ou o índice dos aluguéis.

Essa função de indexador confere ao IGP-M uma dupla característica. Ele não só mede as variações de preço do mercado como também influencia nelas. É com se a inflação gerasse a própria inflação — aumento dos preços.
Os gastos na rotina familiar são impactados por esse índice. Por exemplo: gastos com educação, mensalidade de escolas e universidades podem sofrer alterações com base no IGP-M.
Da mesma forma pode ocorrer aumento dos gastos com tarifas de energia elétrica, assim como algumas modalidades de seguros e planos de saúde. Isso, sem contar, todos os aluguéis de imóveis que podem ser repassados ao consumidor final.
Investimentos Vinculados ao IGP-M
Existem alguns títulos de Renda Fixa pós fixados que têm como indexador o IGP-M. Como exemplos podemos citar a LCA, LCI e o Tesouro IGP-M.
Ao comprar um desses títulos, você está vinculando a rentabilidade no final do contrato ao índice. Dessa forma, quanto mais o IGP-M aumentar, maior será a rentabilidade.
Em outras palavras, o investidor está se protegendo contra a inflação.
Em Resumo – Como funciona o IGP-M
- IGP-M é um índice de medição de variação de preços, ou seja, mede a inflação. É composto pelo IPA-M, IPC-M e o INCC-M.
- IPA-M tem peso de 60% na composição e é relativo aos preços do atacado. O IPC-M tem peso de 30% e é relativo aos preços ao consumidor. Por fim, o INCC-M tem peso de 10% e é relativo aos preços da construção civil.
- A principal função do IGP-M é servir com o indexador de contratos de aluguéis ou tarifas. Dessa forma ele pode representar aumento de gastos das famílias. Podem acontecer aumentos na educação, nos aluguéis, na energia elétrica e nos seguros, por exemplo.
- Existem alguns investimentos que são indexados ao IGP-M. Como exemplos podemos citar as LCA, as LCI e o Tesouro IGP-M.